19.02.2024
Impactos do Relatório do Fórum Econômico Mundial na Gestão de Riscos
Alison Barbosa, instrutor da Risk University e expert em Governança, Riscos e Compliance, analisou o Relatório Anual do Fórum Econômico Mundial e indicou que integrar proatividade e estratégia pode ser a chave para o sucesso.

Anualmente o Fórum Econômico Mundial reporta os principais riscos globais identificados para o ano vigente. Em cada relatório, podemos perceber, não somente, um reflexo sobre o contexto atual e de médio prazo, tendo em vista que são apresentados os principais riscos considerando o horizonte de 2 anos, mas também uma previsão de contexto de longo prazo, considerando os principais riscos para os próximos 10 anos.
É de grande importância que as funções de Gestão de Riscos das empresas se apropriem desse rico conteúdo e o confrontem com suas matrizes vigentes, a fim de garantir que os temas abordados no relatório estão sendo contemplados no atual conteúdo de riscos considerando os impactos possíveis e específicos para o seu negócio. É válido ressaltar que essa não é uma tarefa solitária da área de gestão de riscos. Para promover essa reflexão, é primordial provocar o envolvimento da alta administração e dos donos dos riscos.
Cada vez mais é demandado um papel estratégico da função de gestão de riscos nos negócios. A relação da função com o planejamento estratégico passa a ser inseparável, tendo riscos como um valioso e indispensável insumo da estratégia e a estratégia pautando o conteúdo de riscos. Para exercer esse papel estratégico, os responsáveis pela função de Gestão de Riscos nos negócios devem se apropriar de conteúdos como os apresentados no relatório do Fórum Econômico Mundial, a fim de provocar os mais diferentes níveis do negócio, desde o Conselho de Administração, até as gerências operacionais.
Em relação ao reporte de 2024, é evidenciada uma multidisciplinaridade das categorias de riscos, especialmente na lista referente aos 2 anos. Temos riscos econômicos, ambientais, geopolíticos, sociais e tecnológicos. Esse cenário reforça a necessidade da atuação conjunta da função de gestão de riscos com as demais áreas de negócio. É sempre válido ressaltar que a função de Gestão de Riscos é uma provocadora e facilitadora do processo, sendo que a responsabilidade para as ações de tratamento e monitoramento dos riscos é dos donos dos riscos, ou seja, os tomadores de decisão do negócio. Não há espaço para uma eventual passividade da função de Gestão de Riscos, a comunicação e as interfaces com as áreas devem ser constantes.
É interessante observar como há uma predominância de riscos da categoria ambiental na relação elaborada para os 10 próximos anos. Por mais que alguns tipos de negócios possam adotar uma postura reativa em relação ao tema, tendo em vista que seu modelo de negócio – supostamente – não impacta o meio ambiente, é de priomordial relevância que sejam consideradas ações em prol de endereçar esses riscos, principalmente considerando o impacto que tais riscos podem trazer para o seu negócio, não somente o impacto direto, mas também o indireto (social, cadeia de suprimentos, macroecnômico, etc.).
A nova edição do reporte vem para reforçar o que o mercado já demanda da função de Gestão de Riscos. A abordagem tradicional do conhecido gerenciamento de riscos já não atende mais às necessidades dos negócio. Por fim, cabe o questionamento: como a sua função de Gestão de Riscos está endereçando os temas elencados pelo Fórum Econômico Mundial?
Esse artigo foi escrito por Alison Barbosa, instrutor da Risk University, programa pioneiro de Governança, Riscos e Compliance da KPMG Business School que já formou mais de 900 profissionais e existe desde 2011. Quer aprofundar seus conhecimentos sobre esse assunto? Conheça as modalidades aqui: https://kbs.kpmg.com.br/risk-university